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... e aquela sensação de... não ter de estudar, sabem??
Eu não... lol

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Confesso que nunca pensei fazer um relato como o que vou fazer do que foi o evento “A Maior e Mais Bela Bandeira do Mundo” mas não poderia deixar de o fazer depois de viver tudo o que vivi ontem.

Quando soube desta iniciativa da SIC em parceria com o BES pareceu-me uma ideia extraordinariamente engraçada. Inscrevi-me logo na abertura das inscrições porque pensei que as mulheres Portuguesas iriam aderir em massa, como sempre fazem em assuntos relacionados com a Selecção Nacional. Era mais uma forma de demonstrar o nosso apoio incondicional e, além disso, demonstrar mais uma vez ao mundo que Portugal consegue organizar eventos grandiosos. O dia tinha tudo para ser de diversão e foi com esse espírito que rumei ao Estádio do Jamor. Nem as filas intermináveis, nem o tempo que demorei a chegar ao parque de estacionamento me esmoreceram. Foi fantástico ver mais de uma centena de autocarros de todos os cantos do país, e quando digo todos é literalmente todos, que rumavam ao ponto de encontro. O verde, o amarelo e o vermelho predominavam e os sorrisos eram intermináveis. “Vai ser mesmo um dia memorável” era a única coisa que me passava pela cabeça. Até…

…ao momento em que cheguei. Ninguém percebia muito bem como deveria chegar às entradas do estádio e ninguém estava presente para qualquer indicação. Depois de atravessar caminhos sinuosos cheguei e deparei-me com um mar de gente. Tentei perceber por onde deveria entrar já que estava inscrita e havia mulheres não inscritas mas não me valeu de nada. As entradas tinham uma ordem: tudo ao molho e fé em Deus. Que fazer? Colocar-me no meio da multidão e tentar entrar mesmo sem andar… os empurrões encarregavam-se de me levar. Passada esta etapa deparei-me com um cenário lindo… as bancadas do Estádio do Jamor estavam praticamente cheias de pessoas entusiasmadíssimas. A indicação que nos foi dada à chegada foi… “Dirijam-se para as bancadas que posteriormente serão chamadas por sectores para integrarem a bandeira”. Na minha boa-fé acreditei que seria mesmo desta forma que as coisas se iriam desenrolar. Sentei-me nas bancadas do estádio e não consegui esconder a felicidade que me inundava… era um momento único.

À medida que o tempo passava mais e mais pessoas continuavam a entrar e não se dirigiam como nós para a bancada… resultado… começaram a entupir o corredor simplesmente porque a organização foi tudo menos que isso. Nem sequer pensaram em limitar uma parte do corredor para que as mulheres pudessem passar para dentro do relvado de forma ordeira. Pensaram sim em mentir e continuar a anunciar pelo microfone que apenas as mulheres sentadas na bancada iriam fazer parte da bandeira. Obviamente que as pessoas não são burras e perceberam que se os corredores estavam a ser entupidos não iriam conseguir chegar à entrada do relvado. A bandeira estava a ser construída pelas últimas mulheres a chegar e as que tinham chegado bem cedo, continuavam sentadas. Conclusão: as pessoas, onde eu me incluí, começaram a descer das bancadas e a dirigirem-se para o corredor. Não é preciso ser muito inteligente para adivinhar o que aconteceu. O descontentamento aumentou e o som que se ouvia já não era “Portugal” mas sim “Mentirosos” e outras coisas mais que não posso referir aqui… Os espaços da bandeira iam sendo preenchidos e foi fácil perceber que não iria haver lugar para todas as mulheres que se tinham dirigido ao estádio. Os empurrões começaram a ter um grau de intensidade que até aí ainda não tinham tido e o evento poderia ter acabado em tragédia. Não consegui contar o número de pessoas que mesmo à minha volta começaram a desmaiar mas acreditem que foram imensas. Comecei a sentir que aquilo poderia acabar mesmo muito mal… as pessoas estavam a ser literalmente esmagadas e a não conseguir respirar… foi simplesmente horrível. Eu cheguei a um ponto em que não queria já entrar no relvado mas sim sair dali… encontrar a saída e finalmente perceber se estava bem porque cheguei a um ponto em que já não sabia como estava.

Pelo que me constou nada disto foi captado pelas câmaras da SIC… aliás, nem poderia. A única coisa que importa é que o recorde foi batido, entramos para o Guiness com a maior bandeira construída por 18 mil mulheres. Felizmente não entramos como a maior tragédia na tentativa de entrada para o Guiness mas acreditem que foi algo que esteve muito próximo de acontecer. A partir do momento em que me levantei das bancadas perdi por completo o espírito com que saí de casa. Se me perguntarem quem cantou o quê não vos consigo dizer porque o sistema nervoso não me deixou ouvir absolutamente nada. É inadmissível! Se não conseguem organizar um evento destes não organizem. Pensem um pouco nas pessoas que vieram de Braga, Vila Real… fizeram centenas de Km com o objectivo de participar e acabaram por viver esta experiência.

Não poderia deixar de vir até aqui para vos descrever o que foi realmente “A Maior e Mais Bela Bandeira do Mundo”. Abandonei o Jamor com um pensamento… esta foi a primeira e última vez que participo em algo deste género… Sempre o apoio máximo à Selecção mas isto nunca mais!